O Que é a Disgrafia?

Popularmente conhecida como ‘letra feia’, a disgrafia é uma perturbação na escrita. Ocorre quando uma criança não consegue escrever de forma clara. Contudo, ao contrário de dificuldades no processo de alfabetização, a disgrafia acontece por factores não relacionados ao intelecto. Isto é, a criança consegue ler e compreender as letras que vê, porém não consegue memorizar o símbolo das letras para as escrever. Esta questão torna o processo de caligrafia mais lento do que para uma criança comum.

Quem possui disgrafia apresenta uma clara incapacidade de memorizar os símbolos referentes aos sons. Ao tentar recordá-los durante o processo de escrita, acaba a escrever mais lentamente, com alguma dificuldade motora e a criar traços sem qualquer regularidade e consistência.

Como Identificar a Disgrafia

Para que esta condição seja identificada é necessário que mais que um dos factor ocorra, ou seja, os problemas devem aparecer em conjunto, e não isolados. Crianças com disgrafia tendem a escrever de maneira desorganizada. Escrever sem noção espacial da folha e sem respeitar margens e linhas. Pode acontecer a criança escrever da direita para a esquerda, ou inverter símbolos, trocando, por exemplo, o 5 pelo S e vice-versa.

Essas características são observadas durante o processo de aprendizagem. No entanto, algumas crianças apresentam para além da disgrafia, um desequilíbrio corporal e dificuldades ao caminhar em terrenos irregulares.

A disgrafia pode ser identificada em duas formas: no âmbito motor, em que a criança não consegue traçar o formato das letras, pois não alcança o controlo motor necessário para isso, e no âmbito perceptivo, no qual a criança não consegue relacionar o som à letra, o que acaba por interferir também no processo de leitura.

Outra característica é a diferença de intensidade com a qual a criança costuma escrever. Esta pode variar entre traços leves e ilegíveis até marcas de pressão do pulso, manchando e até mesmo rasgando a folha. A letra de uma criança com disgrafia não é uniforme, não havendo assim um formato ou tamanho padrão.

Causas

Até então não foi possível encontrar uma causa específica para o surgimento da disgrafia, no entanto, poderá ser de factor neurológico, psicológico, fonológico ou até mesmo como consequência de um trauma.

Independente do factor é importante o contacto com profissionais de todos os ramos assim que surgirem os primeiros desconfortos da criança em relação à escrita, mas ainda é preciso saber diferenciar a disgrafia de problemas de aprendizagem comum, pois são facilmente confundidos, prejudicando o tratamento.

Tratamento

Após a comprovação da disgrafia, é preciso remodelar o sistema de ensino da criança. Apenas através de reforço positivo e terapia correctiva, a criança começará a melhorar. É necessário evitar repreensões durante os exercícios e evitar correcções em caneta vermelha. Assim a criança não se sentirá tão desmotivada ou até mesmo assustada com sua dificuldade.

No ambiente escolar os professores devem ser alertados e as avaliações dessa criança devem favorecer sua capacidade oral. Actividades como recortes e desenhos devem ser propostas como forma de estimular a coordenação motora fina. Deste modo, aos poucos, a par da terapia correctiva, a criança possa alcançar melhorias no processo de escrita.

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