Cada vez mais a saúde mental é um tema debatido e trazido para público, contrariando o facto de ser considerada assunto tabu há séculos. Mas e quanto à saúde mental das crianças? Infelizmente, ainda não é dos pontos mais abordados na educação, apesar da importância de uma mente saudável e equilibrada no desenvolvimento dos nossos filhos.

Por que devemos considerar a saúde mental das crianças?

A saúde mental infantil continua a ser muito negligenciada, ouvindo-se ainda com frequência o discurso de que “crianças não sofrem”, ou que só em adultos irão entender verdadeiramente o que é sofrer. Mas isso não é verdade, e a repressão dos sentimentos, muito incentivada por famílias e comunidades inteiras, pode fazer com que a criança tenha mais tarde dificuldade a lidar com as suas emoções, desse a raiva, ao medo e à frustração.

A infância é a época da nossa vida em que contactamos co tudo pela primeira vez, incluindo com sentimentos e emoções, o que torna ainda mais importante considerar a saúde mental dos nossos filhos, ensinando-lhes a melhor forma de lidar com as suas emoções de maneira equilibrada. Afinal, as crianças são uma autêntica “esponja”, que absorve tudo o que a rodeia, incluindo a maneira como os adultos se comportam e o modo como a tratam. Se não for estimulada a falar de como se sente, a criança poderá desenvolver problemas emocionais severos em adulto. Assim, a promoção de uma boa saúde mental infantil poderá mudar a sociedade do futuro para melhor.

Como promover uma boa saúde mental nos seus filhos

Não existem dicas infalíveis, mas sim um conjunto de dicas que consistem basicamente em tratar a criança como um ser que tem todo o direito a sentir coisas e a expressar essas mesmas coisas, de modo a lidar com elas. Assim:

  • Deixe que o seu filho se expresse: não reprima os sentimentos da criança. Não lhe diga para engolir o choro ou que lhe vaio dar motivos “a sério” para chorar. Mostre que compreende o sofrimento dela, e ensine-lhe que, aos poucos, ela se conseguirá acalmar e pensar numa solução para o “problema”, depois de ter expressado a sua dor.
  • Não lhe esconda as coisas más: não precisa de ser duro e brutalmente honesto com a criança em relação a algo mau, mas procure explicar-lhe, em termos que ela compreenda, a situação má que está a acontecer. Por exemplo, explique-lhe o que se passou, de forma simples, quando um parente falecer. Isso vai ajudar a que o seu filho consiga lidar melhor com perdas e situações difíceis no futuro.
  • Dê-lhe atenção plena: só o facto de poder conversar com os pais ou brincar com eles promove uma boa saúde mental nas crianças, já que elas se vão sentir seguras e parte de algo. Por isso, reserve sempre tempo para estra com os seus filhos, sem interrupções.
  • Não sobrecarregue os seus filhos: um sem-fim de atividades e compromissos ao longo do dai sobrecarrega a criança e torna-a mais propensa a ansiedade e stress. Ter atividades extracurriculares é bom, mas o excesso não lhe irá permitir ser criança e desenvolver a capacidade de se ouvir a si mesmo, identificando o que está a sentir e como lidar com isso.
  • Deixe que as crianças sejam crianças: não reprima atividades saudáveis, como brincar ao ar livre com os colegas e sujar-se. Até mesmo discutir com outros colegas é importante para o desenvolvimento social do seu filho. É claro que, se a situação se tornar muito violenta, deverá intervir, mas nesse caso, converse calmamente com a criança e ajude-a a desenvolver laços sociais saudáveis.

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