O claro avanço da tecnologia e a facilidade ao acesso à informação na educação é um fenómeno inegável nos últimos tempos. A questão é se é um benefício para a aprendizagem das crianças, ou se, pelo contrário, provoca dependência e falta de autonomia.

Tecnologia nas escolas

Alguns colégios e escolas em Portugal têm vindo cada vez mais a apostar nesta filosofia, acompanhando e investindo nas novas tecnologias para apoiar o ensino na sala de aula. Destas, quadros interactivos, e-books, aulas de programação e informática, ou até mesmo impressoras 3D para a apresentação de trabalhos finais fazem parte do dia-a-dia. Nestas instituições, os livros em papel são cada vez mais raros.

Alguns especialistas afirmam que a integração da tecnologia nas escolas são benéficas para um maior envolvimento dos estudantes e da acessibilidade à informação. Quando isso acontece, em vez do professor ter o controlo total do conhecimento e estar limitado ao próprio, pode contar com o apoio da tecnologia como suporte visual e informacional, bem como alargar o seu conhecimento à distância de um clique. Para além disso, com as novas tecnologias integradas, o aumento da interacção com os estudantes e o dinamismo será uma consequência inegável.

Educação pela experiência

Ainda que a tecnologia apresente várias vantagens, também poderá trazer alguns receios para os pais. Para além das questões relativas à segurança online, como a partilha de informações pessoais com desconhecidos, será que a tecnologia pode levar ao sedentarismo e afetar negativamente a interacção entre as crianças, a descoberta e a vontade de explorar a natureza? Deste modo, existem também colégios que valorizam a aprendizagem pela experiência, a arte e o contacto com a natureza como prioridade em vez do investimento na tecnologia. Nestes casos, o telemóvel e outros aparelhos tecnológicos ficam à porta e só são usados fora da escola.

Muitos dos funcionários das maiores empresas de tecnologia do mundo como a Apple, a eBay e a Amazon, situadas em Silicon Valley, optaram por colocar os seus filhos em escolas que se regem por uma filosofia focada na atividade física, na criatividade e na interação humana, adeptas do método Waldorf. Muitos deles, engenheiros informáticos e especialistas no desenvolvimento tecnológico, consideram que o envolvimento na educação é criado através da interação entre os alunos, os colegas e os professores em vez da sua substituição pela tecnologia. Apostam nestas escolas por considerarem que irão fornecer ferramentas e competências às crianças que a tecnologia não é capaz de fazer. Assim, acreditam na escola sem tecnologia como base de aprendizagem e que esta poderá vir numa fase mais tardia da educação.

Com a ínfima possibilidade de metodologias de educação dentro e fora da sala de aula, torna-se difícil escolher a melhor opção. A evolução da tecnologia e o seu uso são inevitáveis. Em sala de aula, quando bem utilizadas, permitirão um acesso mais rápido à informação e mais interativo. No entanto, as relações sociais e a exploração física do que nos roderia são fatores indispensáveis para o desenvolvimento e crescimento do ser humano – o que o uso excessivo da tecnologia poderá influenciar de forma negativa.

A questão principal será compreender qual o melhor processo: integrar as tecnologias no período escolar; evitá-las de modo a que as crianças se foquem mais na natureza, na arte e nas relações sociais, ou um equilíbrio entre as duas modalidades?

 

 

 

 

 

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