De acordo com um estudo realizado pelo British Medical Journal, os desenhos animados para crianças são mais violentos do que os filmes para adultos. Vistos os números, é na animação infantil que encontramos um risco de morte três vezes superior. Para os investigadores Ian Colman e James Kirkbride é regular haver uma história infeliz a partir da qual se desenrola o filme ou então assistirmos a mortes ou assassinatos ao longo da película.

Apesar de o estudo não se ter debruçado sobre o aumento da violência ao longo dos últimos anos,  a verdade é que não é incomum assistirmos a tentativas de imitação pelas crianças daquilo que vão vendo na televisão. É por essa razão que, na altura em que os mais novos pedem aos pais para os inscreverem na academia de artes marciais, surgem reações negativas.

Se esta situação lhe é familiar ou se está em dúvida se deve ou não incentivar o seu filho a praticar artes marciais, este é um artigo para ler até ao fim. Longe de serem a exaltação de violência gratuita, estas atividades extracurriculares contribuem para o desenvolvimento pessoal do seu filho com um impacto positivo no desenvolvimento de competências pessoais.

As artes marciais como uma atividade física

Apelidada muitas vezes de “doença do século XXI”, a obesidade é um problema comum aos países desenvolvidos. Segundo dados da Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI), estima-se que em Portugal cerca de 33.3% das crianças com idades entre os 2 e os 12 anos de idade sofre com excesso de peso. Desses diagnósticos, cerca de 16% são casos de obesidade infantil.

A prática de artes marciais é uma forma de combater o problema, mas os benefícios não são só para casos em quem tem excesso de peso. De forma geral, a atividade física é benéfica para as crianças, combatendo o sedentarismo e incentivando à adoção de estilos de vida dinâmicos e mais saudáveis.

O aumento da capacidade de foco

Se acha que o facto de começar a ter aulas de artes marciais vai fazer com que a criança desvie a atenção dos estudos, pois está muito enganado. Ainda que cada caso seja um caso, podemos dizer que as artes marciais são uma forma de ajudar a criança a desenvolver a capacidade de concentração e assim se focar mais facilmente naquilo que para ela é importante.

Estímulo da resiliência e do autocontrolo

Seja nas competições ou em simples treinos, há nas artes marciais um lado competitivo. Saber perder é tão importante como saber ganhar, mas uma das principais aprendizagens que as crianças levam consigo é a capacidade de não desistir e ser resiliente face às adversidades.

Outra característica importante é a capacidade de autocontrolo: aliás, não é incomum que vejamos as crianças que praticam artes marciais como as mais calmas e diplomáticas. O domínio do corpo estende-se ao domínio da mente, promovendo o autocontrolo e o domínio emocional.

Aprender a superar a timidez

Apesar de serem consideradas como um desporto individual, as artes marciais têm uma vertente coletiva. O espírito de grupo é algo normalmente trabalhado pelo instrutor, assim como o respeito pelos outros e o desenvolvimento do sentido de autoajuda. Para crianças tímidas, esta pode ser uma boa forma de superar a timidez, inserindo-a num grupo que a permita crescer pessoal e emocionalmente.

Em simultâneo, há também um estimulo da curiosidade, o que pode levar a criança a procurar conhecer-se melhor e a superar barreiras. Essas barreiras podem ser tanto físicas (prática de um determinado movimento) ou mentais (superar a timidez, por exemplo).

Criar uma maior abertura ao outro

Todas as artes marciais têm origens culturais distintas. Da capoeira ao karaté e taekwondo, cada uma tem uma identidade específica que acaba por ser aprendida. Desta forma, a criança fica mais desperta para a diferença, enriquecendo ao mesmo tempo os conhecimentos que possui sobre culturas mais ou menos distantes

  1. […] como acontece nas artes marciais, também a música estimula o contacto com outras culturas. Tendo em conta a quantidade de géneros […]

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